Festas e festejos
11, junho, 2015
Junho é mês das festas de Santo Antônio, São João Batista e São Pedro. Comemoradas nos quatro cantos do país, as festas juninas vieram da Europa e transformaram-se no encontro com as culturas brasileiras.
Na região Norte, sobretudo nas comunidades quilombolas, além do aspecto religioso, perpetuar festas e festejos herdados é uma forma de fortalecer elos de cultura e identidade.
Trata-se de uma resistência cultural similar à de seus antepassados, que inseriram nos cultos religiosos não só instrumentos, músicas e danças africanas, mas também sua maneira de socializar memórias e saberes.
Na comunidade de Silêncio, no Baixo Amazonas, os mais velhos e as professoras tentam recuperar e manter viva a tradição do marambiré, também chamado de “Ai uêh a São Benedito”.
Folia religiosa muito antiga, com cantorias, ladainhas, valsantes, rei e rainha, o festejo era o momento em que os escravos pagavam suas promessas por se tornarem livres da escravidão.
“Era demais de bonito”, conta dona Marianinha, que ensina as cantorias até hoje para a criançada. “Tinha violão, cavaquinho, pandeiro, maracá e caixa grande. Quando não podiam ir por terra, embarcavam numa canoa e saiam cantando pelo rio.”
O projeto Tecendo Saberes foi idealizado pela artista Marie Ange Bordas, realizado em parceria com o Instituto Catitu e patrocinado pelo Programa Petrobras Cultural.