Faça frio, faça calor, na aldeia São Vicente, meninos e meninas Huni Kuin correm para tomar banho no igarapé ou na cacimba logo cedinho. As mães dizem que encarar a água pela manhã ajuda a criança a crescer forte e saudável.

Contam que estar de banho tomado evita “levar uma carreira” do macaco-preto na mata. Quem fica sujo, sem se banhar, também corre o risco de trombar com o tamboatá, um peixe miudinho dos igarapés, e não crescer mais. Mãe de três pequenos, Luziane Kaxinawá diz que é assim: “Mesmo frio, mando meus meninos tomar banho, se ensaboar bem e se encapar”. Banho tomado, logo as crianças aparecem com os rostos pintados de urucum e jenipapo.

São vários os cuidados que garantem a saúde das crianças Huni Kuin. Beber água da taboca, por exemplo, faz a criança ficar forte como essa planta, uma espécie de bambu ou taquara, que não morre facilmente.

Os cuidados começam já na barriga da gestante. A mãe e o pai usam ervas da mata e deixam de comer algumas caças e alguns peixes. Fazem uma dieta especial, que dura os primeiros anos de vida do pequeno. Já nos primeiros dias após o nascimento a criança tem seu corpo tingido pelo jenipapo, fruto nativo, que protege o recém-nascido contra doenças e ajuda em seu crescimento. A pintura é repetida outras vezes conforme o bebê cresce.

Pais, tios e avós ajudam na educação das crianças. No link a seguir, o professor Joaquim Paulo de Lima Kaxinawá, o Joaquim Maná, fala sobre a educação coletiva das crianças do povo Huni Kuin: “http://pagina20.uol.com.br/4abril2003/site/13042003/amazonia.htm“