Você sabe como se quebra uma castanha-do-Pará? Qual a melhor madeira para fazer um barquinho que flutua de verdade? E a diferença entre o boto e o tucuxi, qual é? Estes e outros saberes e fazeres das crianças quilombolas que vivem nas margens do Rio Amazonas e do Rio Trombetas no noroeste do Pará estão reunidos neste Manual que foi tecido com muito carinho e muitas mãos. Conheça aqui um pedaço deste livro que fala também da história das comunidades, da vida na várzea, dos segredos dos peixes e dos bichos da floresta e também reúne um tanto de causos e lendas da região.
Ser uma criança Huni Kuĩ é ser batizada com jenipapo e se pintar de urucum, ter nome encantado, pedir licença aos espíritos para entrar na floresta e por lá andar sem se perder, comer mingau de banana, aprender sobre a sua cultura com pais, tios e avós e ter ouvidos atentos para as histórias dos mais velhos. É também ir a escola e aprender em duas línguas, o português e o Hatxa Kuĩ, uma língua que tem um alfabeto bem diferente do nosso. Crianças e adultos da aldeia São Vicente, na Terra Indígena Kaxinawá do Rio Humaitá no Acre se reuniram para partilhar um pouco de sua vida e seus saberes neste Manual repleto de desenhos e fotografias criados pelas crianças de lá.